Aquidauana, MS – Um possível ataque de onça-pintada mobiliza equipes da Polícia Militar Ambiental (PMA) na região do Touro Morto, no Pantanal sul-mato-grossense. O caseiro Jorge, conhecido como “Seu Jorge”, de aproximadamente 62 anos, está desaparecido desde a madrugada desta segunda-feira (21), após o que pode ter sido um confronto fatal com o felino.
Segundo relatos de moradores e pescadores locais, o ataque teria ocorrido por volta das 5h da manhã, enquanto Jorge preparava café em um barraco à beira do rio, próximo à confluência dos rios Miranda e Aquidauana. A suspeita é de que uma onça invadiu o local, e o caseiro, ao tentar fugir, correu em direção ao tablado de madeira sobre o rio, onde teria sido alcançado pelo animal.
No local, a PMA encontrou rastros de onça, sangue, objetos pessoais da vítima — incluindo o celular — e sinais claros de luta. Um turista que ava pela região relatou ter visto os primeiros indícios da ocorrência logo pela manhã.
“Foi encontrado o piseiro [rastro] da onça e os pertences dele. A onça teria seguido em direção ao rio, onde os rastros desapareceram”, contou uma das testemunhas.
A Polícia Militar Ambiental isolou a área e intensificou as buscas com o auxílio de uma aeronave. A densa mata e a cheia dos rios têm dificultado as operações, que seguem sem sucesso até o momento. Imagens de drones foram utilizadas, mas ainda não conseguiram localizar o desaparecido.
Imagens de videomonitoramento instaladas na propriedade não puderam ser recuperadas, o que dificulta a reconstituição dos fatos. A perícia está a caminho da região para analisar os vestígios encontrados.
De acordo com a PMA, tudo indica que apenas uma onça adulta tenha participado do ataque. O caseiro já havia alertado autoridades e vizinhos sobre a presença frequente de felinos na área. Em vídeo recente, Jorge chegou a relatar uma disputa territorial entre duas onças no entorno do pesqueiro.
A região do Touro Morto é bastante conhecida entre pescadores e turistas que visitam o Pantanal, sendo considerada um ponto de contato direto com a vida selvagem. A expectativa é de que o nível do Rio Miranda suba nos próximos dias, o que pode comprometer ainda mais as buscas.
Por enquanto, o caso é tratado como desaparecimento com suspeita de ataque animal. A Polícia Civil também acompanha a ocorrência.
Fonte: Redação/ML
